Ecofisiologia e Ecotoxicologia de Microalgas: Efeito de metais e nanopartículas
A contaminação ambiental por metais é conhecida por sua toxicidade, persistência e tendência para concentração em cadeias alimentares, mas pouca informação sobre a contaminação ambiental por nanopartículas metálicas é encontrada na literatura. Sabe-se menos ainda sobre os efeitos desses contaminantes na fixação biológica do CO2 e produção de matéria particulada em ecossistemas aquáticos. Reconhece-se que alterações na estrutura e função de comunidades aquáticas, dentre elas o fitoplâncton, podem comprometer os ecossistemas aquáticos como um todo, pois as microalgas são a base de cadeias alimentares nesses ambientes. Em concentrações excessivas, os metais influenciam o metabolismo algal, inibindo a fotossíntese e crescimento, mas a literatura é controversa quanto ao efeito de nanopartículas na ecofisiologia das microalgas, incluindo-se aqui a fixação do CO2. Alguns resultados mostram que nanopartículas podem reduzir o crescimento algal, enquanto outros mostram estímulo. Em comum, tanto os estudos com nanopartículas como os com metais, utilizam-se de concentrações acima daquelas detectadas no ambiente natural. Esta pesquisa se diferencia por estudar o efeito desses dois produtos, metais e nanopartículas, na fisiologia de microalgas Chlorophyceae em concentrações ambientalmente relevantes. Investigaremos a fotossíntese através de fluorescência modulada, a viabilidade celular, taxa de crescimento e composição bioquímica (lipídios, proteínas e carboidratos). Os resultados obtidos levarão à compreensão dos mecanismos que norteiam a relação entre as microalgas, os metais, e nanopartículas metálicas, fornecendo subsídios para a criação de legislação reguladora do descarte de nanopartículas e também para avaliar os riscos impostos aos ecossistemas aquáticos, por contaminações ambientais crônicas por ambos, metais e nanopartículas.